São Gonçalo é o segundo município mais populoso do estado, só perde para a capital. Na região vivem quase um milhão de pessoas e, para os moradores, um sério problema da cidade é o serviço na rede pública de saúde. Pelos dados da prefeitura, existem 65 unidades de saúde na cidade, só que, nos últimos tempos, algumas têm desaparecido. Nesta segunda-feira, o RJ-Móvel esteve no bairro Zumbi, onde havia um posto de saúde, mas só ficou o terreno vazio e a caixa d’água. Os moradores foram surpreendidos. “O posto no chão? E agora, como vai ficar para o povo?”, quis saber uma moradora. Até mês passado, no local funcionava o único posto de saúde do bairro. Agora ele foi demolido com a promessa de dar lugar a um posto novo para a comunidade. Mas os moradores estão preocupados. “Prometeram que no dia 8 de maio iria começar a obra, só que até agora nada”, reclama um deles. Seu Jordão, há dois dias, levou um tombo, machucou a cabeça e teve que ir até o centro da cidade, a mais de cinco quilômetros, para ser socorrido. “Lá no pronto-socorro de São Gonçalo. Aqui acabou nosso posto, foi eliminado”, queixa-se ele. Além disso, os moradores reclamam que agora no espaço vazio ficou o perigo. No terreno, foram encontradas seringas com agulha e muito ferro. “Estamos apavorados, porque as crianças entram aqui, brincam. Eles não cercaram o terreno, não fizeram nada. Isso pode dar uma doença muito séria nos filhos da gente”, alerta uma mulher. Também foram demolidos postos de saúde em pelo menos três outros pontos da cidade: no bairro Palmeiras, que atendia duas mil pessoas por mês, no Arsenal, que também recebia dois mil pacientes, e no bairro Porto Novo, onde três mil moradores procuravam atendimento todos os meses. Em um terreno, um outro posto começou a ser construído, mas já faz dois anos e até agora não ficou pronto.
Sobre o assunto, o RJTV conversou com Osmar Bria, subsecretário municipal de Saúde de São Gonçalo. RJTV: Por que os postos estão sendo demolidos e não reformados? Osmar Bria: Estamos procurando remodelar a saúde de São Gonçalo, fazer com que ela realmente funcione. Quando falamos de posto de saúde, falamos de atenção básica e há algumas normas básicas que esses postos não preceituavam, como existência de sala de vacina, sala de curativo, etc. E muito mais do que isso: o laudo da Defesa Civil colocava que havia riscos inclusive de desabamentos e quedas dos funcionários e pacientes, por causa de pisos desnivelados, além de parte insalubre. Qual é o prazo para que os postos fiquem prontos? A partir da primeira semana do mês que vem estaremos inaugurando o primeiro. Em quatro meses estarão prontos.