
O piso do professor em São Gonçalo é de R$ 560 e dos funcionários administrativos, de R$ 273. No entanto, segundo os técnicos do governo, o aumento de 2,5% é o patamar possível que o município pode chegar atualmente.
A Prefeitura garantiu também que dos 3.290 professores de São Gonçalo, 90% (equivalente a mais de 2,9 mil profissionais) recebem salário médio, por matrícula, entre R$ 1.606,78 e R$ 1.807,19, contando com gratificações.
A manifestação começou às 14h em frente à Secretaria de Educação, no bairro da Estrela do Norte, e só acabou no fim da tarde diante da Prefeitura de São Gonçalo.
Revoltados, alguns servidores se vestiram de enfermeiros e carregavam uma maca onde estava escrito "Educação de São Gonçalo", que, segundo eles, simbolizava a "doença da educação no município". Havia também uma coroa de flores, que, segundo os manifestantes, representava a morte da democracia no município.
Segundo os professores, as flores faziam referência a proibição da entrada dos pais dos alunos nos colégios por parte da Prefeitura, que estaria impedindo os responsáveis de se informarem sobre os motivos da greve.
"Estamos dentro da escola dando informações sobre a greve para os pais e alunos. Mas os diretores estão proibindo os pais de entrarem, por odem da Prefeitura ", denunciou Yara de Souza Ferreira, diretora da Sepe.
Repasse atrasado para o Projovem
Professores membros do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem), - desenvolvido pelo governo federal em convênio com as Prefeituras - também participaram da manifestação. De acordo com qualificador profissional do programa em São Gonçalo, Kleber Otello, os salários já estão com cinco meses de atraso, pois as verbas não estariam sendo repassadas pela coordenação municipal.
"Além de todas as dificuldades do programa, ainda foi proposto rodízio de professores. Cada unidade tinha seis professores, mas agora tem somente dois, o que acaba prejudicando a qualidade do ensino", disse Otello. Ainda de acordo com ele, o programa é uma importante ferramenta para inclusão social.
"Não estamos em greve por respeito aos alunos."
A Secretaria de Educação informou que o rodízio de professores não foi imposto, mas sim uma solicitação da categoria para amenizar custo com deslocamento. Sobre atrasos de salário, alegou que o governo federal não estaria repassando as verbas por problemas no sistema operacional do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).