Panisset foi enterrada na tarde de ontem

Professores da rede pública de São Gonçalo promoveram ontem mais uma manifestação, desta vez em repúdio ao reajuste salarial de 4% concedido pela Prefeitura, que passou a vigorar na terça-feira. No final da tarde, os servidores decidiram continuar a greve. O grupo reivindica 26% de reajuste, referente às perdas salariais dos últimos quatro anos. Além de faixas e protestos, os manifestantes realizaram um "enterro" simbólico da prefeita Aparecida Panisset, em frente à Prefeitura."É uma manifestação contra a política da Prefeitura que está acabando com as escolas do município. Não estamos pedindo aumento salarial. O que queremos é somente o reajuste que é nosso direito previsto pela Constituição", disse a professora Mônica Pereira Assunção Revoltados, os servidores reclamavam principalmente do reajuste dos poderes Executivo e Legislativo aprovado pela Câmara de São Gonçalo na semana passada.
Os 21 vereadores de São Gonçalo vão passar dos atuais R$ 8 mil para R$ 9, 28 mil; os secretários municipais, que recebem hoje R$ R$ 3.406, levam mais 45,5%, e ganharão R$ 4.953. A votação ocorreu no mesmo dia de uma audiência pública na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em que os professores da rede municipal ouviram uma proposta de reajuste de 4%.
"Os vereadores vão receber 15% de reajuste, os secretários municipais, 45% e 85% para o novo prefeito. Enquanto isso, os professores, médicos, guardas municipais e até mesmo as merendeiras (que recebem R$ 271), vão receber 4% de aumento. Isso é uma vergonha!", desabafou Beatriz Lugano, diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação.
A Prefeitura de São Gonçalo informou que o aumento dos salários do prefeito e dos vereadores é de competência do Legislativo e previsto na lei, valendo apenas para o próximo mandato (a partir de 2009).