Duas aposentadas tiveram nomes trocados ao serem internadas no Pronto Socorro de São Gonçalo. Uma delas, cujo nome verdadeiro é Wilma Maria, morreu. O PS avisou à família errada sobre o falecimento, que providenciou o enterro. O atestado de óbito, porém, foi feito em nome de Maria Rita Alves dos Santos, que está vivíssima, mas ao receber alta foi levada pela família errada. Maria Rita melhorou, recobrou a consciência e não reconheceu as pessoas que a cercavam como seus parentes.
A balconista Luciana Cabloco, que acolheu Maria Rita como se fosse sua mãe, chorou muito ao saber da troca de pacientes. Ela e seus parentes vão à polícia pedir exumação do corpo para saber se a pessoa enterrada é mesmo a sua mãe e vão dar queixa contra o PS.
Já a família de Maria Rita, que chorou sua morte no dia 29 de dezembro, depois de ser internada no dia 22 de dezembro após sofrer um derrame, comemorou o reencontro. O genro da aposentada, Marcos Henrique, foi sozinho buscá-la, porque a filha de Maria Rita ficou em casa cuidando do filho que nasceu no dia em que enterraram a mãe errada.
Marcos Henrique contou que, ao ver o corpo no caixão, teve certeza de que não era o da sogra Maria Rita, mas o PS teria garantido que era ela e, em seguida, lhe entregou o atestado de óbito.
- Quando chamaram, nós olhamos para o caixão e dissemos que não era ela, que ela estava diferente, mas o hospital disse que era por causa do derrame. Choramos muito, sofremos muito - relembra o genro.
Maria Rita, no entanto, teve alta do hospital no dia 20 de março. O problema, segundo a família, é que durante todo o tempo ela foi tratada no hospital como se fosse outra paciente: Wilma Maria Cabloco Fernandes, que também foi vítima de um derrame.
Maria Rita foi levada para a casa de Luciana.
- Quando visitei, disse que não era minha mãe, mas a enfermeira brigou e disse que era, ainda falou: 'que vergonha, não reconhece a própria mãe!' E disse que ela estava diferente por causa da doença. Ela era meio parecida e aí passei a acreditar que era a mãe mesmo - explicou.
A história só foi esclarecida quando Maria Rita melhorou e percebeu que não estava em casa.
- Ela começou a dizer que não era minha mãe, que a filha dela tinha outro nome - completou Luciana.
O subsecretário de Saúde de São Gonçalo, Daniel da Silva, informou que nos registros do pronto socorro o nome de Maria Rita consta com entrada na unidade em dezembro, e que ela teria morrido meia hora depois da internação. E o de Wilma aparece como internada em fevereiro e sem data de liberação.
Nesta sexta, a Secretaria informou que abriu uma sindicância para apurar o que aconteceu, e que se for constatada negligência, os responsáveis serão punidos.
Desfeita a troca, as famílias vão entrar com uma queixa na delegacia de Neves e garantem que vão processar a prefeitura pela troca. Além disso, vão pedir a exumação do corpo enterrado. A família de Vilma quer que a polícia requisite um exame de DNA para verificar se é o corpo de Vilma.
sábado, 4 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 Comentários:
Postar um comentário