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sábado, 4 de abril de 2009

Família enterra mãe errada após troca de identidade no Pronto Socorro de São Gonçalo

Duas aposentadas tiveram nomes trocados ao serem internadas no Pronto Socorro de São Gonçalo. Uma delas, cujo nome verdadeiro é Wilma Maria, morreu. O PS avisou à família errada sobre o falecimento, que providenciou o enterro. O atestado de óbito, porém, foi feito em nome de Maria Rita Alves dos Santos, que está vivíssima, mas ao receber alta foi levada pela família errada. Maria Rita melhorou, recobrou a consciência e não reconheceu as pessoas que a cercavam como seus parentes.
A balconista Luciana Cabloco, que acolheu Maria Rita como se fosse sua mãe, chorou muito ao saber da troca de pacientes. Ela e seus parentes vão à polícia pedir exumação do corpo para saber se a pessoa enterrada é mesmo a sua mãe e vão dar queixa contra o PS.

Já a família de Maria Rita, que chorou sua morte no dia 29 de dezembro, depois de ser internada no dia 22 de dezembro após sofrer um derrame, comemorou o reencontro. O genro da aposentada, Marcos Henrique, foi sozinho buscá-la, porque a filha de Maria Rita ficou em casa cuidando do filho que nasceu no dia em que enterraram a mãe errada.
Marcos Henrique contou que, ao ver o corpo no caixão, teve certeza de que não era o da sogra Maria Rita, mas o PS teria garantido que era ela e, em seguida, lhe entregou o atestado de óbito.
- Quando chamaram, nós olhamos para o caixão e dissemos que não era ela, que ela estava diferente, mas o hospital disse que era por causa do derrame. Choramos muito, sofremos muito - relembra o genro.
Maria Rita, no entanto, teve alta do hospital no dia 20 de março. O problema, segundo a família, é que durante todo o tempo ela foi tratada no hospital como se fosse outra paciente: Wilma Maria Cabloco Fernandes, que também foi vítima de um derrame.

Maria Rita foi levada para a casa de Luciana.
- Quando visitei, disse que não era minha mãe, mas a enfermeira brigou e disse que era, ainda falou: 'que vergonha, não reconhece a própria mãe!' E disse que ela estava diferente por causa da doença. Ela era meio parecida e aí passei a acreditar que era a mãe mesmo - explicou.
A história só foi esclarecida quando Maria Rita melhorou e percebeu que não estava em casa.
- Ela começou a dizer que não era minha mãe, que a filha dela tinha outro nome - completou Luciana.
O subsecretário de Saúde de São Gonçalo, Daniel da Silva, informou que nos registros do pronto socorro o nome de Maria Rita consta com entrada na unidade em dezembro, e que ela teria morrido meia hora depois da internação. E o de Wilma aparece como internada em fevereiro e sem data de liberação.
Nesta sexta, a Secretaria informou que abriu uma sindicância para apurar o que aconteceu, e que se for constatada negligência, os responsáveis serão punidos.
Desfeita a troca, as famílias vão entrar com uma queixa na delegacia de Neves e garantem que vão processar a prefeitura pela troca. Além disso, vão pedir a exumação do corpo enterrado. A família de Vilma quer que a polícia requisite um exame de DNA para verificar se é o corpo de Vilma.

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