
Conselho de Ética intensifica investigação em pelo menos 15 escolas privadas que emitiram certificados utilizados por quadrilha para fraudar concessão do auxílio-educação no Legislativo
Alfredo Junqueira - O Dia
Rio - O Conselho de Ética da Assembléia Legislativa (Alerj) vai aprofundar as investigações sobre as 15 escolas privadas que teriam emitido certificados de matrícula falsos usados para fraudar o auxílio-educação. Os parlamentares que apuram a participação de sete colegas no esquema querem saber se as escolas foram cúmplices ou vítimas do golpe.
Em pelo menos dois casos, o conselho já encontrou indícios de participação dos estabelecimentos de ensino. Dirigidas por dois professores filiados ao PSDC, a Associação Cultural e Educacional Pedro Ernesto (Acepe) e o Colégio Setembro, em Duque de Caxias, passaram a ser investigadas após reportagens de O DIA.
O número de certificados de matrícula suspeitos coloca outras escolas em posição delicada. O Conselho de Ética identificou pelo menos 41 documentos supostamente fraudados no Centro Educacional Turma da Mônica, em Mauá, distrito de Magé. Outros 38 certificados emitidos pelo Centro Educacional Praia de Mauá (Cepram, antigo Educandário Martins de Oliveira) também estão sob suspeita.
Nas duas escolas, estariam estudando filhos de funcionários comissionados da deputada Jane Cozzolino (PTC), cuja base eleitoral é Magé. Estes servidores já foram identificados pelo Conselho de Ética como ‘fantasmas’. Conforme O DIA revelou ontem, mais da metade das pessoas lotadas no gabinete da parlamentar é ‘fantasma’: entregaram documentos, que foram usados na contratação, para cadastramento em um suposto programa social com benefício de R$ 350.
O DIA teve acesso a certidões emitidas por essas escolas. O Centro Educacional Turma da Mônica emitiu, em 6 de dezembro, declaração confirmando matrículas de filhos de José Jailson Bezerra e Adelma Farias da Silva — nomeada para um cargo em comissão nível 9 no gabinete de Jane. Segundo os vizinhos de Adelma, porém, ela e a família se mudaram para Garanhuns (PE) em novembro. Já o Cepram teria certificado as matrículas dos filhos de Rivelino Salvador Santos e Ana Paula Messias, também lotada no gabinete de Jane.
As direções das duas escolas negaram envolvimento nas fraudes e afirmaram que não havia registros dos filhos de Adelma e Ana Paula.A Alerj já levantou outros documentos suspeitos que teriam sido emitidos pelo Colégio Cenecista de Imbariê, 23 casos; Colégio Freinet, em Piabetá, 20 casos; Instituto Educacional Gonçalves Rocha, com 15 casos; além de outras sete escolas com número reduzido de documentos suspeitos.
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