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sexta-feira, 27 de junho de 2008

Professores de São Gonçalo mantêm greve depois de receber contracheques "zerados"

Parados há mais de 50 dias, professores e funcionários da rede municipal de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, decidiram manter a greve até, pelo menos, a próxima quarta-feira (2). Neste dia, uma nova assembléia será realizada, seguida por uma passeata com enterro simbólico da atual gestão do município.Segundo a diretora do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação), Maria Beatriz Lugão, a categoria está revoltada por ter recebido, nesta quinta-feira (26), "contracheques zerados". "A prefeitura descontou os dias de greve e hoje mesmo a Câmara votou um aumento salarial de 25% para a prefeita e para os vereadores para 2009. É um choque para uma categoria que, depois de quatro anos sem reajuste, recebe uma proposta de 4%", disse Lugão.A Secretaria se comprometeu a fazer a devolução até o décimo dia útil de julho, caso os grevistas assinem o termo que cessa a paralisação. Para professores e funcionários, o desconto foi uma retaliação e é remota a possibilidade de finalizar a greve sem salário. "Primeiro a prefeitura deposita nosso dinheiro e depois discutimos o retorno. Queremos negociação, não repressão", disse Lugão. A assessoria de imprensa da Secretaria disse que essa proposta não foi apresentada oficialmente, e por isso não pode se manifestar a respeito.Audiência públicaNa manhã desta quinta, a Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembléia Legislativa do Rio realizou uma audiência pública para buscar soluções para a greve. Segundo a assessoria da Assembléia, estiveram presentes cerca de 150 pessoas, entre professores e funcionários da rede municipal.Sem nenhum reajuste salarial há três anos e meio, os grevistas reivindicam 26% de reposição das perdas salariais. Eles querem também a recuperação do piso do trabalho administrativo, que segundo Lugão está em R$ 278, enquanto que o salário mínimo é de R$ 415.O secretário municipal de Governo, Luís Paiva, apresentou um documento com dez propostas. Entre elas estão o reajuste salarial de 4%; auxílio transporte, que passará de R$ 60 para R$ 88,20 (um reajuste de 47%); serviços médicos para os servidores; devolução dos dias descontados em conseqüência da paralisação e uniformes para os alunos. Em 5 de maio, os servidores iniciaram paralisação para pedir reajuste salarial de 26%, referentes a cinco anos de salário congelado. Logo depois, a prefeita Maria Aparecida Panisset (PDT) ofereceu 4%, proposta rechaçada pelos grevistas.A rede municipal da cidade, uma das maiores do Estado do Rio, atende 53 mil alunos e tem 6 mil servidores. A greve atinge 50% das instituições, segundo o sindicato, e 15%, segundo a secretaria municipal da Educação. Os professores ameaçam não repor as aulas se houver o corte de pontos do período da greve, mas o secretário garante que o salário será pago normalmente. A LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional) prevê o cumprimento de 200 dias letivos.

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