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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

População de São Gonçalo sofre com serviço de saúde pública da prefeitura precário





Em São Gonçalo, na Região Metropolitana, quem depende deste serviço enfrenta filas, falta de médicos e de vagas.


No Pronto Socorro, no Centro, pacientes não param de chegar. Com uma câmera escondida, a equipe do RJTV registrou o que se passa dentro do hospital.

Na sala de espera, nos corredores, doentes aguardam por consultas e exames. As enfermarias estão cheias. Por falta de leito, um rapaz, com queimaduras no corpo, está numa maca, no corredor.

Enquanto no Pronto Socorro do Centro de São Gonçalo há superlotação, em Alcântara o problema é outro. Setores importantes para o atendimento de emergência estão fechados.

Também com uma micro câmera a equipe do RJTV foi conferir a situação. “Há anos o local está tudo parado: CTI, centro cirúrgico aqui é só primeiro atendimento”, revela uma mulher que prefere não ser identificada.

A Secretaria Municipal de Saúde confirma que o CTI e o centro cirúrgico estão desativados há três anos, mas informou que as reformas começaram em agosto.

O setor de psiquiatria também está em obras. Os pacientes têm que ser atendidos em um pequeno quarto e na enfermaria. Muitos precisam ser amarrados.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Psiquiatria, os doentes só podem ficar imobilizados por 45 minutos. Tempo suficiente para que os sedativos façam efeito e para evitar problemas circulatórios.

Nossa equipe de produção ficou mais de uma hora na unidade e durante todo o tempo, eles permaneceram presos às camas.

A Associação de Servidores denuncia a estrutura precária na rede municipal de Saúde. “A tomografia está quebrada, o raio x hora funciona, hora não funciona”, revela Rosângela Coelho, presidente da Associação Servidores de São Gonçalo.

A promotora Renata Neme viu as imagens da reportagem e informou que já investiga 15 denúncias sobre as condições de atendimento nas unidades municipais e pode obrigar a Prefeitura de São Gonçalo a tomar providências.

“Seria pedido, por exemplo, a contratação de servidores ligados na área de saúde, médicos, enfermeiros enfim todos os servidores na área de saúde, reparos de equipamentos, reparos dos prédios ligados as instituições hospitalares. Nós temos todo tipo de denúncia referente a má prestação nos serviços de saúde em São Gonçalo”, fala.


São Gonçalo é o segundo município mais populoso do estado com quase um milhão de habitantes e claro precisam de atendimento digno de saúde.

O RJTV conversou com Daniel da Silva Júnior, subsecretário de Saúde sobre o assunto.

RJTV – Na reportagem foi mostrado enfermarias lotadas, muita gente aguardando na sala de espera, nos corredores. O que está acontecendo no hospital?

Daniel – Na verdade nós não temos uma superlotação, estamos realmente com aumento de em função da inauguração da emergência.

O que aconteceu?

Era um hospital que estava completamente depreciado e foi totalmente reformado junto com o pronto socorro infantil o que aumenta a demanda da população para esse atendimento. Paralelamente a isso nós temos obras hoje ocorrendo no Pronto Socorro de Alcântara fazendo com que pessoas que também seriam direcionadas para o Alcântara venham direto para o Pronto Socorro Central.

Quando o atendimento irá melhorar nessas duas unidades?

Esperamos que com a inauguração completa do Pronto Socorro de Alcântara que acontece até março e com a chegada das duas UPAs que o Governo estadual prometeu ao município, nós consigamos reverter esse processo do aumento de demanda. Em paralelo estamos operando com algumas Unidades de Atenção Básica capacitando-as para que elas possam fazer o atendimento até um período mais longo e inclusive nos finais de semana.

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